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Trecho do livro: Amy & Matthew - Cammie McGovern.

     "Não tenho certeza se de fato me preocupo com o futuro. 
     Não sei o que me aguarda, mas sei que não tenho medo. Não tenho nenhuma pressa em me tornar adulta, mas desconfio que, quando chegar lá, vou descobrir que é mais fácil ser criança. Não haverá tantos altos e baixos. Ou crises discutidas como se fossem o fim do mundo. Acho que todos vamos descobrir que não existe um único e grande teste ou maneira de nos validar no mundo. Existe apenas um longo e silencioso processo de descobrir nosso lugar nele. Onde estamos destinados a estar. Com quem estamos destinados a ficar...."

Resenha: De volta aos quinze - Bruna Vieira.

   
   Escrito pela Bruna Vieira e publicado pela esitora Gutenberg, De volta aos quinze é narrado por Anita, uma mulher independente de 30 anos. Mora em São Paulo, de aluguel, trabalha em um emprego sem graça e se sente muito frustrada pelas escolhas que fez. Ela nasceu no interior de MG e sua família toda vive lá. Depois de muito tempo fora de "casa", volta para Imperatriz para o casamento da sua irmã e acaba brigando com seus familiares.
     Chateada e arrependida, por acaso, ela recebe por um e-mail de uma amiga da adolescência o endereço de seu antigo blog e ao acessa-lo, ela de repente volta aos quinze anos de idade, no primeiro dia de aula no Ensino Médio. Não entendendo o que está acontecendo, ela acredita que é um sonho, mas não sabe como "acordar" e então fica ali e finge que ainda é aquela garota jovem.
    Sem perceber, ela faz escolhas diferentes e age de forma diferente do passado e isso muda muitas coisas na história que ela está vivendo.
     Ao voltar para sua antiga casa, ela entra na internet e vê a página de seu blog aberta, retornando para os 30 anos. E percebe que as atitudes que teve na "volta no tempo" mudaram muitas coisas no seu presente; constatando então que não foi apenas um sonho.
    Bem, o enredo do livro não é muito original e muito menos a protagonista, mas com uma leitura leve e envolvente, a narradora parece contar sua própria vida, de modo que nos envolvemos na leitura e refletimos sobre muitos aspectos de nossas vidas "modernas", nossas escolhas, nossa família, sobre o modo como a tecnologia nos afeta...
    A diagramação do livro é muito fofa e ele possui playlists encantadoras, além de desenhos e outras surpresas. Gostei dele, em geral, tem um pouco de romance, um "ar de recomeço", traz pequenas lições e reflexões que o tornam ainda melhor.
    Dou quatro estrelas: bom! 
Aninha :)
    

Como fazer uma crítica literária (resenha).

     Bom, para escrever uma resenha é preciso escrever algumas informações sobre a obra como: editora, autor(es), data de publicação, edição (...) e em seguida fazer uma breve sinopse (sem citar muitos detalhes/ spoilers) sobre o livro, citando (ao longo do texto ou em um determinado parágrafo) aspectos positivos e negativos da narrativa. Às vezes, o mais difícil é conseguir organizar suas ideias ao escrever; por isso, o melhor é tentar criar critérios durante a crítica, ou mesmo durante a leitura; pontuar o que foi bom e o que deixou a desejar.
      A resenha é um texto opinativo, nela tentamos incentivar (ou não) a leitura do livro. Use bons argumentos porque assim você vai conseguir convencer o leitor. Observe os seguintes pontos:
    * Leitura: o autor conseguiu envolver o leitor na história? 
     * Personagens: conseguiu dar personalidade e voz própria aos seus personagens? Ofereceu detalhes suficientes pra que o leitor sinta mais próximo da história?
      * Narrador: particulamente amo histórias narradas em 1a pessoa, mas, nas narradas em 3a há a possibilidade conhecer melhor os sentimentos/ ações de todos os personagens (não tão profundamente quanto em 1a). Explique seu ponto de vista de forma coerente e clara.
     * Revisão do texto: analise se a escrita não possui erros gramaticais, de conjugação (ou outros...).
     * Capa/ diagramação/ páginas: para mim esse é o menos importante mas, alguns dão importância e criticam (positiva ou negativamente) o visual do livro.
      * História em geral: finalize falando sobre o que achou da obra como um todo.
      Esses são apenas alguns critérios. Crie seus próprios e escreva! Espero que tenha ajudado...

Aninha :)

Procura-se

    "Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância. Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim. Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo. Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive. 
Vinícius de Moraes 

Resenha: Eleanor & Park - Rainbow Rowell

   
    Eleanor & Park foi escrito por Rainbow Rowell. O livro é contado (ao mesmo tempo) pelos protagonistas, que falam de sua rotina, seus sentimentos e pensamentos, nos aproximando de ambos.
     Os protagonistas são: Park, descendente de coreanos e apaixonado por música e quadrinhos, não chega exatamente a ser popular, mas consegue não ser incomodado pelos colegas de escola. Eleanor, ruiva, sempre vestida com roupas estranhas e “grande” (ela pensa em si própria como gorda), é a filha mais velha de uma problemática família. Os dois se encontram no ônibus escolar todos os dias e gostos em comum (leitura e música) os levam à uma inesperada e arriscada paixão.
      A narrativa é extremamente fofa e envolvente e, trata também sobre bullyng, alcoolismo, racismo, sexualidade e de vários outros problemas da adolescência e do mundo.
      Bom, eu amei muito o livro, mas, só não senti que os personagens se conheciam bem. Eles se amavam e se apoiavam, no entanto, esse amor apareceu e aconteceu tão repentinamente que não houve tempo de se descobrirem inteiramente. Sabiam que não eram perfeitos, estavam juntos e isso bastava (não sei se isso é um defeito ou outra singela beleza do livro). E o final (e que final...)? Com um desfecho indescritível a autora nos deixou uma mensagem subentendida. Eleanor resolveu todos os problemas e deixou Park para trás. Como ela pôde????? Fiquei estática olhando para as últimas palavras, sem acreditar. Eu esperava um felizes para sempre e talvez seja por isso que me senti tão triste... De todo jeito, é muito lindo e vale ser lido!
Aninha :)

Resenha de A Elite - Kiera Cass

      A Elite é o segundo volume da coleção "A seleção", da Kiera Cass. America compete agora com outras cinco garotas. A competição está bem mais acirrada e conhecemos melhor os personagens (nos encantamos ou os odiamos). Meri "sabe" que Maxon gosta dela mas, sua insegurança e indecisão os afastam cada vez mais. Tenho que dizer que me irritei MUITO! A America estava insuportável!
    Sofri, morri um milhão de vezes durante a leitura. Com um final quase trágico, Kiera Cass construiu uma narrativa extremamente envolvente e com muitas reviravoltas. Além disso, pudemos descobrir mais sobre Ilhéa, seus problemas e injustiças que várias vezes são ignorados.
     Sem dúvida, A Elite foi muito mais intenso que o primeiro. Me chateei e me apaixonei pelo príncipe várias vezes. Desculpa America, mas ele é MEU. Você ficou vendo o tempo passar ... Kkkk.
     Livro incrível! Recomendo demais (mas, só se você estiver com paciência). Cinco estrelas!

Aninha :)

Crônica: Conversando com a Lua

Talking to the moon
     Não sei bem quando isso começou, mas me lembro de algumas vezes, quando minha mãe deitava na minha cama e começava a cantar bem baixinho para que eu dormisse. Eu ficava acordada, ouvindo sua voz doce e me sentia muito feliz. Podia ficar horas e horas ali, ao seu lado. Estar em silêncio não me importava. Depois de um tempo ela se cansava e parava o canto. Me olhava por um tempo e, se achasse que eu estivesse dormindo, me dava um beijo e ia para sua cama.
     E eu continuava ali, desperta e bem longe de dormir. Pensando sobre tudo. Sobre a escola, meus amigos, meus sonhos, coisas que haviam acontecido, eu fazia um diário mental, pensava em coisas que havia sentido e sobre alegres lembranças do passado. Nunca havia percebido que penso em voz alta durante a noite. Também converso ao dormir.      
     Talvez eu estivesse (e esteja) contando à minha mãe coisas que seu cansaço não permitiu ouvir. Porque mesmo depois que cresci e ela não se deitou ou cantou mais ao meu lado, continuei fazendo isso. Talvez eu esteja falando com Deus ou com os anjos. Ou, talvez esteja apenas, conversando com a Lua...


Música Talking to the Moon - John Legend:
http://m.youtube.com/watch?v=9WnaOu_9GaM#

Resenha: Fazendo meu filme em quadrinhos (1)

     Lançado neste ano pela editora Nemo, Fazendo meu filme em quadrinhos - Antes do filme começar (1) narra o aniversário do Leo, no ano em qur ele e a Fani se conheceram. Apesar de não depender da história real (os acontecimentos retratados são apenas citados no livro e aqui se desenvolvem), senti que aqueles que não conhecem bem a história, provavelmente não entenderão bem.
     Bom, gostei do "livro" em geral. Os personagens são semelhantes às descrições no próprio FMF (apesar de nem todos eles serem como eu imaginava). Foi bom poder ver os cenários, conversas e situações antigas, mas, eu gostaría que a autora mostrasse o início da amizade entre a Fani e o Leo e que a personalidade dos personagens fosse a mesma. A Paula Pimenta não manteve algumas características (o modo de agir, fala, expressões) desses personagens, eles pareceram forçados, não soavam reais
     A HQ é fofa, suas imagens e a construção dos quadrinhos foi bem feita e terminou de modo esperançoso, me deixou com saudade e vontade de ler mais, porém, se as próximas forem como essa e os personagens perderem sua autenticidade, sinto em dizer que não vou compra-las. Dou três estrelas (bom).

Booktrailer do livro:  http://m.youtube.com/watch?v=xxuC-nd1Rd4
Vídeo de apresentação do livro (pela Paula Pimenta):  http://m.youtube.com/watch?v=CHqkuCUCeq4

Aninha :)

Resenha: Se eu ficar - Gayle Forman

  
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    SinopseDepois do acidente, ela ainda consegue ouvir a música. Ela vê o seu corpo sendo tirado dos destroços do carro de seus pais – mas não sente nada. Tudo o que ela pode fazer é assistir ao esforço dos médicos para salvar sua vida, enquanto seus amigos e parentes aguardam na sala de espera... e o seu amor luta para ficar perto dela. Pelas próximas 24 horas, Mia precisa compreender o que aconteceu antes do acidente – e também o que aconteceu depois. Ela sabe que precisa fazer a escolha mais difícil de todas.  

Resenha:
     Se eu ficar, escrito por Gayle Forman e produzido pela editora Novo Conceito é narrado em primeira pessoa por Mia, uma estudiosa garota de 17 anos. Ela é uma violencelista apaixonada por música. Vivia feliz com sua família roqueira e com seu namorado guitarrista, mas, em um passeio com seus pais e Teddy (seu irmão caçula) quando ocorre um acidente. Quando o carro bate, todos são lançados para fora dele. Seus pais morrem, mas, ela e Teddy são sobreviventes. No entanto, Mia entra em coma e sai do próprio corpo, sendo capaz de observar, ouvir e ver tudo que acontece ao seu redor. O livro é construído a partir de seus sentimentos desde aquela fria manhã e suas lembranças e emoções de sua vida muito antes da tragédia.
     A partir da narrativa, conhecemos cada um dos personagens pelo olhar de Mia. Nos encantamos por sua família e por seu namorado fofo. Eu, particularmente, sofri muito com ela. Vemos sua dúvida e insegurança entre FICAR apesar de sentir incompleta sem seus pais ou morrer, tornando-se livre de tanta angústia, mas deixando para atrás muitas pessoas que a amavam e a quem ela também amava...
   Bom, eu achei que a leitura foi clara e muito leve. Há poucos diálogos e o livro não é dividido em capítulos, mas em horas. Os personagens são verdadeiros e as reflexoões do livro são poéticas e de certa forma, profundas. Só posso dizer que adorei! Cinco estrelas!

Aninha :)

Trechos perfeitos:





Resenha: Extraordinário - R. J. Palacio.

Sinopse - Extraordinário - R. J. Palacio

   August Pullman, o Auggie, nasceu com uma síndrome genética cuja sequela é uma severa deformidade facial, que lhe impôs diversas cirurgias e complicações médicas. Por isso ele nunca frequentou uma escola de verdade... até agora. Todo mundo sabe que é difícil ser um aluno novo, mais ainda quando se tem um rosto tão diferente. Prestes a começar o quinto ano em um colégio particular de Nova York, Auggie tem uma missão nada fácil pela frente: convencer os colegas de que, apesar da aparência incomum, ele é um menino igual a todos os outros.

     Narrado da perspectiva de Auggie e também de seus familiares e amigos, com momentos comoventes e outros descontraídos, Extraordinário consegue captar o impacto que um menino pode causar na vida e no comportamento de todos, família, amigos e comunidade - um impacto forte, e, sem dúvida nenhuma, extraordinariamente positivo, que vai tocar todo tipo de leitor. 



Resenha

     Auggie é um menino comum, mas que sofre preconceito pela sua aparência. Ele não tem amigos e nunca havia estudado na escola. Apesar de ter apenas 10 anos, e de ter passado sua vida protegido por um casulo, Auggie encara a vida de um modo maduro para sua idade. A doença o fez crescer e enxergar o mundo de outro forma. É uma criança doce, sensível, carinhosa e que também tem os desejos e vícios, manias de qualquer criança.
     A respeito de sua família, ele tem muita sorte. Tem uma irmã compreensiva que também amadureceu cedo por causa do irmão, pais protetores e muito carinhosos que fazem de tudo para ver seu filho feliz; mas, que apesar do esforço, tem defeitos e por isso sentimos que são reais.
     O livro é organizado em partes, cada uma narrada por um personagem diferente. O modo de escrita muda de acordo com a personalidade do narrador. Foi muito interessante essa construção, porque, pude ter uma visão melhor da história e conhecer melhor seus participantes (com  visões diferentes). O ruim é que não dá pra ter muita noção do tempo durante a leitura. Os acontecimentos são meio repentinos...
     É uma história emocionante e muito linda! Os personagens que mais me marcaram foram a Summer e o Jack, porque conseguiram ver além da aparência o extraordinário coração de August. Acho que todos deveriam ler este livro porque dá uma grande lição de vida. Espero que gostem!
Aninha :)

Blog sustentável

Você sabia que um blog/site pode produzir quase 3,6 kg de dióxido de carbono por ano?
De acordo com um estudo realizado por um ambientalista e físico da Harvard University, um internauta produz cerca de 0,02 gramas de CO2 por exibição de página. 
É por isso que o Gesto Verde lançou o desafio inicial de plantar 500 árvores em prol da diminuição do impactado ambiental. Após conquistar a parceria de 500 sites/blogs, o Gesto Verde lança agora um desafio ainda maior: plantar 1.000 árvores nativas no Brasil.


Mas como o blog pode ajudar? 
A cada post (divulgação) do projeto, o Gesto Verde "transforma" o post em uma árvore plantada na Floresta Gesto Verde. Não é MUITO simples? É só falar do projeto, repassar a ideia para as pessoas que uma grande colaboração é feita! Eu já fiz minha parte, e você? 

O propósito não tem fins lucrativos, apenas intenção de melhora, O meu blog é neutro em CO2, neutralize o seu também. Após fazer seu post, envie o link para
 CO2neutro@guiato.com.br que uma árvore será plantada! Para mais informações siga @GestoVerde e visite o site
 http://www.guiato.com.br/meioambiente/

Ajude o mundo, faça a sua parte!

Aninha :)

Para sempre? - Por enquanto, Legião Urbana

Por Enquanto

Mudaram as estações
E nada mudou
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu
Está tudo assim tão diferente
Se lembra quando a gente
Chegou um dia a acreditar
Que tudo era pra sempre
Sem saber
Que o pra sempre
Sempre acaba
Mas nada vai conseguir mudar
O que ficou
Quando penso em alguém
Só penso em você
E aí então estamos bem
Mesmo com tantos motivos
Pra deixar tudo como está
E nem desistir, nem tentar
Agora tanto faz
Estamos indo de volta pra casa.

Poema: Música

   Música
Eu só queria ouvir 
de novo, esse som.
Sua voz,
doce e aveludada.
Que mais parece uma música...
Minha eterna música.

Aninha :)

A extraordinária garota chamada Estrela


 Resenha de A extraordinária garota chamada Estrela, de Jerry Spinelli.

Sinopse: A garota chamada Estrela. Ela é tão mágica quanto o céu do deserto. É tão estranha quanto seu rato de estimação. É tão misteriosa quanto seu próprio nome. Com um simples sorriso, ela captura totalmente o coração de Leo Borlock. Com sua alegria, ela incendeia uma revolução de liberdade e autenticidade no espírito de sua escola. No começo, os colegas encantam-se com ela por tudo o que a faz ser diferente. Mas isso começa a mudar, e Leo, apaixonado e apreensivo, percebe que a única coisa que pode salvá-la das críticas é a mesma que pode destruí-la: ser alguém comum. Nesta celebração do inconformismo, o premiado Jerry Spinelli tece um conto tenso e emocional sobre os percalços de  de precisar ser popular e da emoção e inspiração do primeiro amor.


      Não sei bem porque foi tão difícil resenhar esse livro. Talvez porque eu tenha amado a história e simplesmente não consigo descrever sua simplicidade e beleza. Uma história sobre o amor entre jovens, bullyng, preconceito, sobre nossa existência e o modo como somos influenciados pelo que "as pessoas pensam". Estrela é irreverente, mas extremamente bondosa e cativante. Sua coragem e generosidade; seu jeito de agir seguindo os mandamentos cristãos (isso está implícito no livro) são ensinamentos a serem admirados e seguidos.
    Com uma leitura leve, poética e filosófica, narrada pelo Leo, conhecemos o olhar dele á respeito dos atos da garota extraordinária e os acontecimentos da escola e da pequena cidade em que eles vivem. Gostei da narrativa; de como podemos entender a história com uma visão mais pessoal, mas senti falta de alguma coisa. Pareceu-me que faltaram detalhes, palavras sobre o crescimento do carinho entre Estrela & Leo. Foi muito instantâneo nesse sentido; o romance do livro poderia ter sido mais explorado. Mas Jerry Spinneli criou um enredo tocante e único. Adorei a conexão da história, seus personagens, os sentimentos e reflexões.
    Há alguns personagens mais "curiosos", e outros comuns. É claro que a Estrela foi a principal, mas alguns dos personagens foram misteriosos, como a amiga dela e o "professor/ antropólogo". Também gostei deles.
     Sem dúvida merece 5 estrelas! Superecomendo!

Medo...

  Em A culpa é das estrelas, o autor fala sobre o medo de sermos esquecidos. Eu não tenho o mesmo receio, mas há um trecho que me marcou muito: "Vai chegar um dia em que todos nós vamos estar mortos [...]. Tudo o que fizemos, construímos, escrevemos, pensamos e descobrimos vai ser esquecido." 
   Não quero ser lembrada eternamente. Sei que tudo um dia acaba, mas me entristeço com a possibilidade de me tornar apenas uma história, porque as palavras só tornariam mais clara minha morte, meu fim. Eu gostaria de continuar real, viva na memória das pessoas que conheci. Para mim, isso é muito mais significativo do que apenas minha existência.
    Quero que mesmo quando eu for apenas uma "fragrância longínqua" eu possa emocionar alguém por algo que escrevi, porque essa seria a única prova da minha vida...

Crônica: Infinito...

  Foi naquele sábado à noite, ouvindo Demons no rádio, observando as luzes da cidade e voltando pra casa o momento em que me senti completa, infinita. 
     Me lembrei de As vantagens de ser invisível, que no túnel, Charlie também tenta descrever essa mesma sensação. De se sentir completamente livre, não pensar em mais nada, apenas aproveitar essa aquele curto instante em que tudo faz sentido. 
     O infinito está nos momentos mais simples da vida, como olhar alguém que você ama, na nostalgia de uma lembrança feliz, é no final de um livro incrível, é em um recomeço, é na esperança, é nas mãos dadas no cinema, é em um beijo, em um silêncio significativo, é na poesia da vida, em um olhar ou gesto, em um música. É nessas situações, na completude de nós mesmos que sentimos mais forte a presença de Deus. Isso é felicidade...

Resenha: O Livro das Princesas

 O Livro das Princesas foi escrito por Meg Cabot, Paula Pimenta, Lauren Kate e Patrícia Barboza, cada uma fez uma releitura. Eu amo releituras, mas achei esse livro especial porque além de reunir bons contos e ótimas autoras, gostei muito do trabalho feito pela editora, (a Galera Record), a revisão  foi muito bem feita e há uma imagem muito linda que ilustra cada conto. Em cada um, encontrei (um pouco) da essência do original, mas houve várias mudanças quanto ao espaço, tempo, linguagem e o estilo dos personagens. 
     Com reviravoltas e desilusões, alguns deles quebraram um pouco do felizes para sempre, o salvamento do príncipe, paixão à primeira vista(...) e acho que isso foi muito corajoso e o resultado ficou incrível!

   O primeiro, é A Modelo e o Monstro, do conto A Bela e a Fera). Conta-se a história de Belle e Adam. Eu gostei bastante, só que como na maioria dos textos dessa autora, conhecemos apenas a protagonista e os outros personagens não são tão bem construídos; ficam meio apagados e como desconhecidos durante a história (inclusive o mocinho). Apesar disso, é uma releitura criativa e muito fofa; dou 5 estrelas (muito bom).
     Princesa Pop é uma releitura da Cinderela e foi escrito pela nossa querida Paula Pimenta. É narrado por Cíntia, uma garota de 15 anos que tinha uma vida perfeita até descobrir que sua mãe foi traída. Sentindo-se impotente e furiosa, ela resolve ir morar com a tia. Sua mãe (depois do divórcio) vai para o Japão trabalhar, enquanto a menina termina o Ensino Médio, no Brasil.
     Cíntia é DJ. Tudo muda quando ela vai  trabalhar na festa das filhas de sua madrasta , e conhece um garoto fofo. O que ela não imaginava era que esse mesmo menino era um famoso cantor e que iria se apaixonar por ele...
  Como sempre, a Paula Pimenta me emocionou e me deixou com um grande sorriso. A leitura é leve e envolvente e temos a sensação de estarmos conectados com a história e com os personagens. Amei este conto! 5 estrelas!

     O Eclipse do Unicórnio (Bela Adormecida) por Lauren Kate, foi o que eu menos gostei. Apesar de criativo e de unir realidade com ficção de uma forma muito interessante, a história não  atingiu  minhas expectativas. É  estranha e possui uma enorme distância entre o leitor e os personagens (pouco detalhados durante a narrativa). 
     Ao contrário do conto original, nesse, a princesa coloca o dedo no chifre de um unicórnio... Três estrelas (razoável). 

   Do Alto da Torre, escrito por Patricia Barboza é  uma  releitura à história da Rapunzel e é narrado por Camila, uma garota que está no ensino médio  e seu maior sonho é ser cantora. Ela perdeu os pais muito cedo e por isso vive com a tia, séria, exigente e super protetora. Seu melhor amigo é apaixonado por ela, que é cega demais para perceber... Uma narrativa nada original que chega a ser irritante de tão previsível.A história tem a mesma surrealidade do conto original; foi como se ela tivesse transportado o castelo da bruxa e a princesa para uma época diferente, dando a elas o mesmo tom, significado... Nenhuma parte da história teve uma verdadeira emoção ou clímax. É fofa mas não houve coerência na escrita. Os personagens não foram bem construídos. De qualquer forma, dou 4 estrelas (bom).

Bom; eu esperava mais dessas autoras, mas analisando o livro em geral, vale a pena ser lido Espero que gostem...
Aninha :)


Vivendo e aprendendo, Martha Medeiros

 Vivendo e aprendendo - Martha Medeiros
Eu sou feito de 
Sonhos interrompidos
Detalhes despercebidos 
Amores mal resolvidos. 
Sou feito de 
Choros sem ter razão
Pessoas no coração 
Atos por impulsão.
Sinto falta de 
Lugares que não conheci
Experiências que não vivi 
Momentos que já esqueci.  
Eu sou 
Amor e carinho constante 
Distraída até o bastante
Não paro por um instante.
Já 
Tive noites mal dormidas
Perdi pessoas muito queridas 
Cumpri coisas não prometidas.
Muitas vezes eu 
Desisti sem mesmo tentar 
Pensei em fugir para não enfrentar
Sorri para não chorar.
Eu sinto pelas 
Coisas que não mudei 
Amizades que não cultivei 
Aqueles que eu julguei
Coisas que eu falei.  
Tenho saudade
De pessoas que fui conhecendo 
Lembranças que fui esquecendo 
Amigos que acabei perdendo...

Saudades - Clarice Lispector

Saudades

Sinto saudades de tudo que marcou a minha vida.
Quando vejo retratos, quando sinto cheiros,
quando escuto uma voz, quando me lembro do passado,
eu sinto saudades...

Sinto saudades de amigos que nunca mais vi,
de pessoas com quem não mais falei ou cruzei...

Sinto saudades da minha infância,
do meu primeiro amor, do meu segundo, do terceiro,
do penúltimo e daqueles que ainda vou ter, se Deus quiser...

Sinto saudades do presente,
que não aproveitei de todo,
lembrando do passado
e apostando no futuro...

Sinto saudades do futuro,
que se idealizado,
provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser...

Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei!
De quem disse que viria
e nem apareceu;
de quem apareceu correndo,
sem me conhecer direito,
de quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer.

Sinto saudades dos que se foram e de quem não me despedi direito!

Daqueles que não tiveram
como me dizer adeus;
de gente que passou na calçada contrária da minha vida
e que só enxerguei de vislumbre!

Sinto saudades de coisas que tive
e de outras que não tive
mas quis muito ter!

Sinto saudades de coisas
que nem sei se existiram.

Sinto saudades de coisas sérias,
de coisas hilariantes,
de casos, de experiências...

Sinto saudades do cachorrinho que eu tive um dia
e que me amava fielmente, como só os cães são capazes de fazer!

Sinto saudades dos livros que li e que me fizeram viajar!

Sinto saudades dos discos que ouvi e que me fizeram sonhar,

Sinto saudades das coisas que vivi
e das que deixei passar,
sem curtir na totalidade.

Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que...
não sei onde...
para resgatar alguma coisa que nem sei o que é e nem onde perdi...

Vejo o mundo girando e penso que poderia estar sentindo saudades
Em japonês, em russo,
em italiano, em inglês...
mas que minha saudade,
por eu ter nascido no Brasil,
só fala português, embora, lá no fundo, possa ser poliglota.

Aliás, dizem que costuma-se usar sempre a língua pátria,
espontaneamente quando
estamos desesperados...
para contar dinheiro... fazer amor...
declarar sentimentos fortes...
seja lá em que lugar do mundo estejamos.

Eu acredito que um simples
"I miss you"
ou seja lá
como possamos traduzir saudade em outra língua,
nunca terá a mesma força e significado da nossa palavrinha.

Talvez não exprima corretamente
a imensa falta
que sentimos de coisas
ou pessoas queridas.

E é por isso que eu tenho mais saudades...
Porque encontrei uma palavra
para usar todas as vezes
em que sinto este aperto no peito,
meio nostálgico, meio gostoso,
mas que funciona melhor
do que um sinal vital
quando se quer falar de vida
e de sentimentos.

Ela é a prova inequívoca
de que somos sensíveis!
De que amamos muito
o que tivemos
e lamentamos as coisas boas
que perdemos ao longo da nossa existência...
Clarice Lispector 

O que é felicidade?

O que é felicidade? 
     "A felicidade tornou-se um mito. Todos a querem, mas quase ninguém está certo de possuí-la. Ela nunca é completa, nunca é total; estranho, não? Onde estaria, então, a felicidade?
     Na qualidade de mito, a felicidade mora junto de outros mitos de nosso tempo: a paixão avassaladora, o príncipe encantado ou o homem divino, a mulher linda e gostosa, a fama e a fortuna, o carro magnífico, o luxo, etc. etc. São mitos que atam-nos a um futuro idílico, de difícil concretização e, assim, sempre parece faltar alguma coisa. Nunca nos sentimos verdadeira e perenemente felizes, enquanto seguimos a rotina de trabalhar e consumir. Trabalhamos para consumir, na ilusão de que produtos e serviços vão nos fazer felizes, sendo melhor quando mais consumirmos. Assim, vendem-nos falsas esperanças e mesmo imagens: quem somos, quem seríamos, contrastando-nos com modelos que são, eles próprios, uma construção artificial e irreal, envoltos em seus próprios dilemas pessoais. 
Mas a felicidade não está ligada a qualquer produto ou situação; não está na viagem ao exterior, no emprego que eu não tenho, no prêmio de loteria que não ganhei (ainda!). Ao contrário do que nos insiste em dizer a publicidade, a felicidade não está condicionada a isto ou aquilo, não decorre de uma compra. É apenas um estado d’alma e somos nós que podemos condicioná-la. É singela e verdadeira, bem distante da imagem eufórica reiterada pelos anúncios: gargalhadas constantes, emoções fortes constantes, paixão constante (você será feliz com esta ou aquela bebida, numa viagem para tal ou qual lugar, usando esta ou aquela roupa, etc.). Uma ilusão de felicidade cega-nos os olhos e nos empurra para o consumo de produtos e serviços, como se ali estivesse o que procuramos. Não está.
     Assim, cada vez mais, padecemos de um certo vazio, com maior ou menos frequência. Chamem-no de tristeza, melancolia ou depressão, por vezes nos vemos sustidos por um fio de um abismo escuro, inseguros, insatisfeitos, sem perspectivas. Não se trata de um privilégio nefasto do princípio do novo Milênio, o terceiro, já que a angústia está presente em vários outros momentos da história, a exemplo do barroco, romantismo, simbolismo, existencialismo, etc.
     Talvez seja o próprio conceito de felicidade que precise ser remodelado e repensado. Talvez, se ele fosse menos mítico, menos hollywoodiano (esses embustes que são seguidos pelo The End), pudesse ser mais fácil de ser vivido. Será que não estamos apegados demais a essas referências míticas para sermos felizes? Felicidade não se confunde com fuga: o ser humano feliz não se teme ou se odeia: aceita-se como é, ainda que queira – e se esforce – por melhorar; respeita-se e procura conhecer-se (e não se iludir). Por outro lado, felicidade não  é sinônimo de irresponsabilidade: não é um estado de abandono das coisas cotidianas, mas uma harmonização (segundo o Aurélio, harmonia é a ‘disposição bem ordenada entre as partes de um todo’) dos elementos que compõem a vida: trabalho, convivência com os outros, os atos cotidianos (como alimentar-se por exemplo), paisagens, circunstâncias, o tempo: em tudo há inúmeros detalhes que merecem atenção, pois podem revelar pequenos prazeres (que sempre serão os melhores, porque são mais verdadeiros que os mais exaltados).
     Estamos perdendo os instantes, atropelando os dias e, de tempo e tempo, percebemos que a vida está indo ‘rápido demais’ (estamos tão preocupados em não perder tempo, que acabamos perdendo tempo). O antídoto pode ser não só a simplicidade, como a valorização de uma postura nova: a atenção nos detalhes (como nos sentidos: aromas, sabores, texturas, cores, sons), a gratidão, a cordialidade, o sorriso, a paciência, o carinho. Perceber um outro mundo que existe paralelo a este caótico em que vivemos. A vida é, acima de tudo, simples. As complicações são um fenômeno cultural humano. Então, seria bom compreendermos a simplicidade da vida. Note, por exemplo, que uma parte considerável (senão a maior) dos problemas é construída, mentalmente, por nós mesmos. Quem irá, em si, arar e fertilizar a terra da felicidade? Quem irá se dispor a um esforço tão inglório, tão pouco comum, tão pouco provável (ilógico, quase!) de fazer-se harmonioso?
Queríamos jamais impor, para que ninguém pudesse nos impor mais do que o respeito que todos merecem. Queríamos encontrar, dentro dos nossos olhos, a paz. Sabemos que ela está lá. Por vezes a vemos: vemo-la em nós. Sabemos que é difícil, mas queremos tentar. Erramos muito, mas queremos continuar tentando. Quem sabe não vamos conseguir? Há uma promessa antiga :Você pode tentar milhares de vezes: a porta sempre estará aberta, dizem os sufis.”
 (Gladston Mamede no Prefácio (“Nota dos autores) do livro Empresas Familiares: administração, sucessão e prevenção de conflitos entre os sócios, SP, Atlas, 2012).  

Soneto de separação - Vinícius de Moraes

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http://m.youtube.com/watch?v=3ANzjsBjGWU#

Princesa Adormecida - Paula Pimenta

 Princesa Adormecida é uma releitura moderna ao conto de fadas da Bela Adormecida, foi lançado em junho deste ano, pela editora Galera.  Paula Pimenta escreveu uma história fofa, com um toque de suspense digno de “A bela adormecida”. Mas, eu me decepcionei um pouco com a linguagem; eu simplesmente não consegui reconhecer a autora ao longo da história. O início da história é uma exceção, pois nele,  o mistério nos envolve e conseguimos encontrar autenticidade nas palavras, porém, não conseguiu enxergar isso durante o livro.
   De qualquer forma, a narrativa atendeu a meta de um conto de fadas, que é emocionar o leitor; só me desapontei porque sou fã da autora e pensei que ela pudesse ultrapassar esse objetivo, criando um conto mais envolvente, em que nos apaixonássemos pelos personagens, o que claramente não ocorreu. Acho que o erro da Paula foi escrever uma releitura em primeira pessoa; essa escrita busca  nos aproximar dos personagens, mas nesse caso, tivemos pouquíssimos detalhes para conhecê-los. A Aurora, seus familiares,  a bruxa e o "príncipe" são como uma incógnita na narrativa. 
    Achei interessante o desenvolvimento do enredo. Que começa no presente, passa pelo passado e depois retorna com o futuro, me lembrou muito o Fazendo meu filme 4, porém de forma ainda melhor!
     A ideia dos tios, ao invés de fadas madrinhas foi boa, assim como o fato da menina conhecer o menino virtualmente.  Não há bem um "amor à primeira vista", acho que isso foi um ato corajoso da escritora ao reescrever um conto; porque aqueles que já a conhecem sabem que isso não é incomum em suas coleções. 
     Bom, leiam e deem sua opinião. Quem gosta de contos, como eu, não vai considerar um livro ruim. Dou quatro estrelas (bom)!
Aninha :)
         

Soneto de fidelidade

   Soneto de Fidelidade
Vinicius de Moraes

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Poema: Só queria...

   Eu só queria,
   saber a razão,
   do teu sumiço,
   da tua fuga.
   Saber o motivo
   dessa tristeza que
   me assola,
   me devora,
   me causa solidão.
   Pra que a saudade
   pudesse ao menos,
   fazer sentido...

Aninha :)

Minha paixão pela leitura

     Quando eu era pequena, ler não era nenhum sacrifício, eu adorava gibis e livros de contos, gostava de Crônicas de Nárnia(ficção). Mas, minha paixão por livros começou com o Fazendo meu filme, da Paula Pimenta. Ganhei ele da minha mãe aos dez anos e para mim foi como se eu tivesse encontrado o maior tesouro. Eu devorava as páginas e me sentia ao mesmo tempo alegre e melancólica quando terminava. Estava na pré-adolescência e a história me deu um novo olhar para o mundo e me fez "descobrir" o que era o amor. 
   Eu já li a coleção toda (além de todos os livros da autora) um milhão de vezes. Mas, FMF é o livro que me traz melhores recordações e agradeço muito à autora, porque ela me mostrou a magia das palavras. 
     Hoje, escrevo poemas, poesias, algumas crônicas, contos. E pra mim, escrever é mergulhar nas páginas de um universo, que apenas você conhecia, mas que agora se torna público e seu; escrevemos um pouco de nós mesmos em nossos textos e isso, para mim, é incrível! "O poeta escreve sobre a dor que deveras sente." Podemos transmitir, através das palavras, um eco de um sentimento, antigo, ou até mesmo inexistente, que a partir da escrita, permitimos que o leitor e nós mesmos, possamos (por um breve instante), sentir. Podemos dar vida à personagens e imortalizar lembranças...  
     Ler pra mim, é tão essencial como respirar. É meu maior prazer, é meu refúgio, é meu porto seguro, é meu sonho, é minha paz...

Aninha :)

Resenha do filme: Malévola

      Um filme de aventura e fantasia, dirigido por Robert Stromberg e produzido pela Walt Disney Pictures, a partir de um roteiro escrito por Linda Woolverton. Estrelado por Angelina Jolie, que faz papel da Malévola, a heroína, narradora e vilã do filme. 
     Me surpreendi muito com o filme, principalmente pela qualidade do roteiro. Assim como Frozen, nesse longa a Disney quebrou um pouco do "amor á primeira vista" e o "felizes para sempre" que tornam suas produções exclusivas para crianças; e isso é muito positivo! Gostei do fato de mostrar a história pela visão da Malévola, pois assim, a conhecemos melhor e não continuamos com o preconceito de que toda vilã é terrível; sempre acreditei que somos nós que escolhemos quem somos e a "bruxa" me conquistou desde o início do filme, mostrando o perdão, a amizade e o amor verdadeiro. Só não entendi o fato de o rei não demontrar alegria em ver sua filha (se não gosta dela, por que protegê-la?). E o que aconteceu com a rainha? Ela só aparece no batizado e depois, some e não sei se ela morre... 
    De qualquer forma, foi um bom filme! Dou quatro estrelinhas! ♡♡♡♡
Aninha :)

Resenha: A culpa é das estrelas

 Escrito por John Green, o romance narra a história de Hazel Grace Lancaster, uma garota de 16 anos que tem um câncer terminal. Sua mãe a convence a participar de um grupo de apoio à pessoas com câncer; lá, ela conhece Augustus Waters (Gus), um jovem atraente, que a faz perder o tédio e se apaixonar... 
     É uma história fofa! Narrada em primeira pessoa com uma linguagem e gírias adolescente e próxima ao leitor. Porém, é bem previsível e na metade do livro torna-se monótona e entediante. O autor não conseguiu me apaixonar pelos personagens (na verdade, mal os conheci);  sei que muitos podem discordar, mas para mim, John Green não é um bom escritor! Como disse o Gus: "Meus pensamentos são estrelas que eu não consigo arrumar em constelações" . Ele escreve e emociona com sua doçura, melancolia, e com a filosofia; porém, as vezes, suas ideias se tornam confusas e incompreensíveis durante o livro.
     Em minha opinião, o filme é melhor que o livro! A única coisa de que não gostei nele foi a adaptação,  pois todas as falas foram uma cópia do livro. 
Dou três estrelas para o livro (bom), mas acho que o filme merece quatro estrelas (muito bom)!
Aninha :)

Meus Poemas

Ás vezes...
Ás vezes sentimos vontade de escrever; 
de gritar ou de dizer, 
de chorar ou de ter, 
respostas...

Por aí...
Ando por aí, 
querendo encontrar, 
em cada esquina, 
paro, 
em cada olhar. 
Quero encontrar alguém, 
que faça valer a pena:
o meu andar, 
meu cantar, 
meu suspirar
e meu chorar...

Aninha :)

Minha opinião sobre a Copa de 2014 no Brasil

     Sou brasileira, amo muito minha pátria, mas particularmente não entendo muito de futebol; apesar disso, não deixo de torcer, gritar e me emocionar com os jogos da Copa.
    Não concordo com a escolha do Brasil como sede dos jogos, assim como discordei da escolha da África, há 4 anos atrás.
     O Brasil sofre com a corrupção desde quando foi "descoberto"; quando Cabral desmatou milhares de árvores e deu em troca, espelhos e colares para os indígenas que aqui viviam. A desonestidade 'não é de hoje'! Foi trazida pelos portugueses em 1500 e ainda continua nas atitudes de nossos "governantes" e em nosso povo. Ninguém está feliz com nossos políticos, mas ás vezes nos esquecemos de que fomos NÓS que os escolhemos. O Brasil foi escolhido há muitos anos para sediar os jogos; porém, as manifestações começaram apenas no ano passado, quando muitos "acordaram"...
    É preciso lutar contra as injustiças que sofremos: na urna, nas manifestações E no dia-a-dia! Podemos criar uma corrente;  não de vândalos e insensatos, mas de pessoas dignas e inteligentes que buscam um BRASIL MELHOR! Utopia? Não! Isso é um sonho de todos nós que pode e deve ser realizado! Levará muito tempo, mas NADA É IMPOSSÍVEL para aqueles que têm coragem e força de vontade!
     Não adianta falar dos Estados Unidos, da Europa, da Ásia! Há quanto tempo essas nações existem? O Brasil tem pouco mais de cinco séculos de colonização; mas isso não é desculpa para esperar! É preciso LUTAR! Ensinar os filhos, netos, sobrinhos, afilhados! Mostrar para as crianças e jovens que elas são o futuro e a esperança de todos nós! Que podem usar Iphone, tablet, e as redes sociais para algo útil!
    Que venha o HEXA, sim! Mas que venham também as eleições! Reflexos de um país menos desonesto e com mais igualdade!
    Essa é minha nação! Que tem um povo injustiçado, mas guerreiro, esperançoso e jovem, que ainda pode derramar lágrimas de alegria e não somente de miséria! Eu sonho, rezo e luto por essa minha gente e por essa minha pátria, sempre muito amada, BRASIL!
Aninha ;)

Resenha: As vantagens de ser invisível

    As vantagens de ser invisível foi escrito por Stephen Chbosky. O livro é todo composto por cartas, escritas por Charlie (para um "amigo" desconhecido). Charlie é um garoto de 15/16 anos que acaba de entrar no 1° ano do ensino médio. Depois de perder seu melhor e único amigo Michael e ver sua amiga Susan se afastar, ele fica sozinho. 
   Após algum tempo, Charlie fica amigo de Sam e de Patrick, que o ajudam a se sentir parte de um grupo (mesmo que seja o grupo dos deslocados), a se sentir vivo e não somente "invisível".
   É uma história confusa, triste, profunda, instigante e ao mesmo tempo: encantadora. Conhecemos o coração desse jovem sensível, seu pequeno mundo de indecisão, medo, solidão, e sua alegria em estar com os amigos e se sentir "infinito". O autor conseguiu fazer um retrato fiel  adolescência!
    Apesar de esse não ser o foco da narrativa, podemos ver que a estrutura familiar de Charlie não é boa; seus pais são distantes e parecem não ver a extrema solidão que ele sente. 
   Recomendo para maiores de 12 anos (cenas fortes)... 
Aninha :)

     

Resenha do filme: A menina que roubava livros

      Este filme foi baseado na obra do escritor Markus Zusak. 
     O filme é um drama; foi lançado neste ano (2014), em 31 de janeiro. Foi dirigido por Brian Percival, pela FOX filmes. A classificação indicativa é acima de 10 anos.
     Tanto no livro como no filme, quem narra a história é a “MORTE” (em 3° pessoa). A narrativa, que ocorre durante a Segunda Guerra Mundial, é impecável na descrição dos horrores da perseguição dos nazistas aos judeus e, principalmente, em expressar a dor humana diante da sua difícil luta pela sobrevivência – a qual, no filme, se apresenta como impossível. O modo como ela descreve os humanos, em especial, Liesel dá um outro interessante olhar sobre esse período; mas, ao mesmo tempo, atrapalha um pouco algumas cenas, não deixando ao telespectador a oportunidade de se emocionar e sentir o que os personagens sentem... Quem dubla a voz da morte no filme é Roger Allam.
     O drama conta a história da pequena Liesel Meminger (interpretada por Sophie Nélisse), filha de uma comunista (HeikeMacatsch)A história começa em um trem, pois a mãe de Lisel leva os filhos para um casal, que iria adotá-los; porém, o irmão (Julian Lehmann) da menina morre durante a viagem. Quando o coveiro enterra o corpo do pequeno menino, deixa cair um livro (O Manual do Coveiro). A menina se abaixa, o pega e o esconde no casaco, pois essa e uma pequena fotografia eram as únicas lembranças que ela tinha de seu irmão.
    Liesel é adotada por um casal bem incomum: Hans Hubermam (Geoffrey Rush),um pai doce, carinhoso e gentil que trabalhava como pintor e Rosa Hubermam, uma mulher de temperamento e coração duros, mas, ao mesmo tempo, frágil. O pai da menina a ensina a ler, pois, ela é ridicularizada na escola e ele incentiva-a a ter paixão pelas palavras. 
      Rudy, era o vizinho e o melhor amigo de Liesel. Ele foi seu companheiro, e o namorado que ela nunca teve. 
      Pouco depois da menina ter chegado á nova casa, aparece Max (Ben Schnetzer), um judeu que procurava se esconder. O pai de Max fora o melhor amigo de Hans. Durante a 1° Guerra Mundial (que ambos participaram), ele salvara a sua vida. Hans Hubermam prometeu a família de seu amigo, que faria qualquer coisa para ajudá-los; por isso, Max passa a viver com a família. E depois, de algum tempo, ele e Liesel se tornam grandes amigos. 
      Apesar de viver com muitas dificuldades, de presenciar a morte várias vezes durante sua vida e de conviver com um constante medo, Liesel Meminger foi feliz e viveu bastante... 
      Em minha opinião, a direção de  BrianPercival foi boa, a adaptação do livro não foi uma cópia fiel, e isso foi positivo em alguns momentos, e negativo em outros: o filme acrescenta algumas cenas e frases, mas tira outras que eram emocionantes e nos envolveriam mais com o enredo. A atuação de todos os personagens foi magnífica. Em cada palavra, em cada olhar, em cada gesto, em cada acontecimento conseguimos ver a emoção no rosto de Liesel, do Rudy, do Hans, do Max. No caso da Rosa, a expressão é mais “escondida”; ela não sabe demonstrar seus sentimentos e isso continuou claro.
     Foi estranho o desenrolar dos acontecimentos, não temos muita noção do tempo na história. O filme não mostrou muito o sofrimento de Liesel pelo seu irmão, sua dificuldade em aprender a ler e a escrever. A amizade de Liesel com Max foi diferente, pois ao longo do tempo, eles foram adquirindo confiança, simpatia e amizade, foi algo bem construído no filme.
     A trilha sonora foi excepcional!Em cada momento foi escolhida a melhor música para representar o sofrimento ou a alegria dos personagens. Além disso, o cenário e a filmagem do filme, foram muito bem trabalhados. 
      Achei a mulher do prefeito muito superficial. Não houve um envolvimento verdadeiro antes do bombardeio, e de repente, elas se tornam amigas, foi algo confuso.
     A escolha de Sophie  Nélisse para representar o papel de Liesel não estava de acordo com a descrição e sua personalidade. O livro a mostra como uma menina muito magra, frágil e pequena. Acredito que apenas a sua atuação foi levada em consideração. 
    Mas apesar desses pontos, o filme é muito emocionante. Dá muitas lições sobre a amizade, o amor, preconceito (a vida...) Vale a pena assistir!


Aninha ;)
  

Os Miseráveis, Victor Hugo.

    Esse é um dos clássicos mais belos que li em toda minha vida. Trata do amor, do perdão, da generosidade, do ódio de forma incrível.  Mostra alguns fatos da Revolução Francesa pelo olhar das pessoas do povo.  Ao contrário de Otelo, essa obra nos  dá um exemplo de uma vida cheia de tristeza, rancor e raiva em que o perdão e a generosidade transformam o caráter do homem (a maldade se torna bondade).
   Victor Hugo fez um perfeito retrato do coração  humano. 

Aninha :)

Poesia: Distância

Senti saudades de você,
você mesmo,
você aí.
Você que é a razão do meu sorriso
e do bater acelerado do meu coração.

Você que mesmo depois de tanto tempo,
ainda me faz suspirar.
Você que encanta meus pensamentos
e me faz querer dançar,
de novo,
com você.

Você que me inspira.
Você, que me faz rir,
que me faz chorar.

Saudade,
essa tristeza que me mata,
que me angustia.

Continuo a espera,
que talvez,
um dia,
você acorde desse sonho,
pra ganhar um beijo meu...

Aninha :)

Felicidade Clandestina, Clarice Lispector

 Felicidade Clandestina

    Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria. Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como "data natalícia" e "saudade". Mas que talento tinha para a crueldade. 
    Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia. Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As Reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato. Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. E completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria. Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança da alegria: eu não vivia, eu nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam. 
     No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez. Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono de livraria era tranqüilo e diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do "dia seguinte"com ela ia se repetir com meu coração batendo. E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo indefinido, enquanto o fel não escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra. Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. Ás vezes ela dizia: pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de manhã, de modo que o emprestei a outra menina. E eu, que não era dada a olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus olhos espantados. Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela menina à porta de sua casa. Pediu explicações a nós duas. Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de palavras pouco elucidativas. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar entendendo. Até que essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler! E o pior para essa mulher não era a descoberta do que acontecia. Devia ser a descoberta horrorizada da filha que tinha. Ela nos espiava em silêncio: a potência de perversidade de sua filha desconhecida e a menina loura em pé à porta, exausta, ao vento das ruas de Recife. Foi então que, finalmente se refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora mesmo. 
     E para mim: "E você fica com o livro por quanto tempo quiser." Entendem? Valia mais do que me dar o livro: "pelo tempo que eu quisesse" é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer. Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo. Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre iria ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar... Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada. Ás vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo. Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante.